Quando uma criança tem a oportunidade de vivenciar de forma positiva seu percurso na Educação Infantil terá também a oportunidade de experimentar vivências muito relevantes para seu processo de amadurecimento cognitivo. É nesse período que a criança fortalece seus laços sociais, que aprende que existem regras de convivência, que entende o compartilhar e o trocar, não apenas de brinquedos mas também de vivências. Criança vê, criança faz. É nesse observar o outro que ela segue construindo sua aprendizagem, pois aprendizagem é construção de saberes, laboratório de experiências. A aprendizagem está na vida, é diária, se presentifica a cada momento, pois como diz o educador e filósofo Cortella: “Gente não nasce pronta e vai se gastando, gente nasce não pronta e vai se fazendo.” E como se constitui esse “laboratório de experiências infantis”? No que se refere à Educação Infantil podemos dizer que seja a ludicidade das atividades propostas pela instituição escolar e pelos educadores, que devam entender a demanda desse grupo e dessa criança ao qual esteja acompanhando, respeitando principalmente sua subjetividade. Essa subjetividade ao qual me refiro trata-se de observar que sujeito é esse da Educação Infantil, o que ele demanda, ao qual grupo social ele pertence, o que ele deseja aprender, em que cultura ele está inserido. A ludicidade é a partir dele e para ele. Não adianta querer falar de praias ou surf na região amazônica para um grupo de ribeirinhos. Não que eles não possam ou não devam conhecer outras realidades, mas que o educador e a instituição estimulem essa criança com assuntos e conteúdos que o perpassem, que ele conheça, que ele possa falar algo sobre. Precisa ser interessante, dinâmico, inteligente e desafiador. Precisamos compreender que as crianças da contemporaneidade estão no laço social de forma muito mais atuante, são muito mais perceptivas. Esse brincar é pedagógico, precisa ter um propósito, uma proposta. O educador precisa estar claro que objetivos deseja alcançar com essa intervenção lúdica. Não importa se essas crianças estejam brincando livremente no parquinho ou sob a orientação de uma professor de artes ou música, com objetivos específicos.

[…]para que o processo de aprendizagem seja positivo, antes de mais nada, é necessário desejar aprender, pois sem desejo não há aprendizagem. A criança deve estar envolvida na curiosidade da busca para se sentir motivada e impulsionada. (BONFANTE, 2015 p.07)

O que vale nessa ludicidade é que a criança possa se motivar, se constituir desejante da descoberta, da investigação, investigação essa fundamental apara o processo de aprendizagem.

 

Andréa Pinheiro Bonfante- Psicanalista e Psicopedagoga

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