“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (Paulo Freire).

É isso que precisamos em nossa cidade, de iniciativas para abrir os olhos para cultura, leitura, poesia, artes em geral. Um pequeno exemplo pode arrastar multidões, e assim esperamos não “multidões”, mas aos pouquinhos recrutar os apaixonados pela arte, que muitas vezes só precisam de um espaço para se encontrar, se expressar, encontrar pessoas com mesmos ideais, com semelhantes propósitos, um cantinho de afinidade, um cantinho que nele possa florescer a beleza que existe dentro de você.

Acredito que Valença possua tantos artistas no anonimato, ressabiados de se expor. Tenho como exemplo minha pessoa, sempre desenhei, fiz aula de pintura, sempre estive ligada a arte. Após um tempo, vi que não gostava somente de pintura, que gostava de escrever. Eu brincava de compor músicas, compor versos e até histórias em quadrinhos, mas rapidamente eu dava um fim naqueles papéis que tinham um pedaçinho de mim. Eu ficava com medo, com vergonha, não queria que ninguém visse. Ficava com medo de zombarem, de que estava feio, que não fazia sentido, me achava uma maluca. E assim, escondi durante muitos anos esse lado tão bonito e necessário em nossa vida. Mas um dia, senti muita falta desses meus pedaçinhos que deixei de lado.

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 Graças a uma iniciativa de um grupo de pessoas maravilhosas, em promover o Primeiro Encontro Cultural do Dia Nacional do Escritor, no qual participei, e me encontrei. Fui envolvida pelo encantador clima do Sarau, pela magia dos versos. Perdi a vergonha, minha mão gelou, a voz tremeu. Mas criei coragem, peguei uma poesia que fiz e recitei. Nossa…, digo que foi libertador e me senti mais completa, mais criativa, mais incentivada, quase realizada.

 Acho que todos somos no fundo artistas, cada um com sua maneira, com sua diversidade. E é esse o conceito que tenho de arte, é a sua forma de se expressar, é sua identidade, sua forma de sentir, de ver o mundo. Não precisamos ser um gênio literário, um super pintor, um maravilhoso escritor. Podemos até ser, mas no fim, precisamos só ter uma alma cheia de vontade de se expressar. Para a arte não existe padrão só é preciso um coração com muita emoção.

  Eu agradeço e parabenizo a iniciativa deste evento aberto ao público organizado por Leonardo Pançardes e amigos e o Bar Bate e Papo. Neste ultimo sábado, também tivemos o Primeiro encontro do Clube Literário Palavras ao Vento, na Casa Léa Pentagna, iniciativa de Pit Larah, outro encantador encontro. E se depender de mim e desses nossos amigos fabulosos envolvidos nestes eventos, mais um espaço se abre para cultura dos Valencianos. E com certeza, muitos talentos, e muitos frutos bons virão.

E fecho com um pequeno trecho em homenagem ao grande poeta e escritor Ariano Suassuna:

“A arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”.

Fica aqui nosso convite. Estamos esperando você de braços abertos!

Saiba mais sobre: ( PRIMEIRO ENCONTRO CULTURAL DO DIA NACIONAL DO ESCRITOR )

Por: Evelyn Durço Chicarino

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