Valença possui uma área de 1308,1 km² (a segunda maior do estado do Rio de Janeiro), estando situada no Vale do Paraíba Fluminense.

A cidade possui 6 distritos: Valença (sede), Barão de Juparanã, a “Cidade dos Barões” (2º distrito), Santa Isabel do Rio Preto (3º distrito), Pentagna (4º distrito) , Parapeúna (5º distrito) e Conservatória, a “Cidade das Serestas” (6º distrito).
Atualmente a sua economia está voltada especialmente para a agropecuária e para o pólo universitário existente na sede municipal.
A região do vale do Paraíba do Sul no Rio de Janeiro era totalmente coberta por florestas virgens no final do século XVIII.

O território da atual sede do município de Valença era habitado na época pelos índios Coroados que dominavam toda a zona compreendida entre os rios Paraíba do Sul e Preto.[6] O nome Coroados é uma denominação geral dos portugueses para todas tribos que usavam cocares em forma de coroa. Rugendas escreveu que os Coroados da região eram resultantes do cruzamento dos Coropós com os temíveis Goitacás de Campos, fato discutível, embora, segundo Debret, Coroados e Coropós fossem muitas vezes confundidos pela semelhança. Os Coroados eram divididos em Araris e Puris (ou Paris ou Purus), sendo estes últimos em menor número. Ainda havia na região outras tribos como os Tampruns e Sazaricons, igualmente chamados Coroados.

O esgotamento do ouro nas Minas Gerais causou um forte fluxo migratório de mineiros para ocupação das terras virgens existentes no vale do rio Paraíba do Sul. Entretanto, as tribos de índios viviam nômades na região geravam insegurança entre os proprietários das sesmarias que eram doadas em suas terras. Os índios Coroados eram especialmente temidos pela ferocidade que exibiam em batalhas entre si e contra os portugueses.

O vice-rei do Brasil D. Luís de Vasconcelos e Souza ordenou em 1789 que fosse iniciada a catequese dos índios da região. Em 1800, o vice-rei incumbiu o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, proprietário das fazendas Ubá e Pau Grande (atualmente na região de Vassouras), de “proceder à civilização” dos índios Coroados. O então capitão de ordenanças Inácio de Souza Werneck foi incumbido de “domesticar e aldear”, isto é, de reunir os índios Coroados nas matas e conduzi-los para as aldeias onde deveriam se fixar. Assim foram liberadas terras que foram divididas em sesmarias e doadas ao primeiros colonizadores da região.

O vice-rei Dom Fernando José de Portugal nomeou em 1803 o padre Manoel Gomes Leal para o cargo de capelão, tendo-lhe o bispo Dom José Joaquim Justiniano conferido a jurisdição necessária para construir e benzer uma capela e cemitério. Uma modesta capela dedicada a Nossa Senhora da Glória foi construída no principal aldeamento de índios Coroados, o qual deu origem à atual cidade de Valença.[7] A aldeia de Valença foi habitada pelos Puris; a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito, que originou o atual distrito de Conservatória dos Índios, foi habitada pelos Araris.
O aldeamento dos índios da região continuou procurando-se concentrar os aglomerados indígenas com outros índios que também perambulavam pela região.

A aldeia de índios foi elevada a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença por Carta Régia de 19 de agosto de 1807. O nome foi dado em homenagem ao vice-rei Dom Fernando José de Portugal, descendente dos nobres da cidade espanhola de Valência.
Todos historiadores elogiam a atuação de pessoas como José Rodrigues da Cruz, Inácio de Souza Werneck, padre Manoel Gomes Leal, Miguel Rodrigues da Silva, entre outros, no aldeamento e na proteção dos indígenas Entretanto, apesar de ter ocorrido de forma quase que pacífica, o aldeamento dizimou os indígenas da região. O contato com os colonizadores favoreceu a propagação de doenças contra as quais os índios não tinham imunidade. Foi especialmente danosa uma epidemia de varíola que se propagou nesta época por várias aldeias. Além disto, os colonizadores que chegavam entravam em confrontos constantes com os índios sem respeitar qualquer direito que estes tinham às suas terras. As sesmarias que foram pedidas ao vice-rei para estabelecimento dos índios sedentários nunca foram concedidas, exceto uma localizada na parte do sertão conhecida como Santo Antonio do Rio Bonito e depois como Conservatória dos Índios. Assim como ocorreu com todas aldeias da província do Rio de Janeiro, no final restou apenas a população branca, que logo aumentou, atraída pela fertilidade do solo. Os poucos índios que sobraram mudaram-se para outras localidades como Pomba, São Vicente Ferrer e Carangola na província de Minas Gerais.

O capitão de ordenanças Inácio de Sousa Vernek construiu várias estradas na região de Valença durante esta fase de colonização. A estrada Werneck, então chamada de Caminho da Aldeia, que foi a primeira estrada para o sertão de Valença, ia desde a cidade de Iguaçu até o norte da capitania do Rio de Janeiro, na liha divisória como Minas Gerais marcada pelo rio Preto.[8] As estradas construídas por Inácio de Sousa Vernek ligavam a aldeia de Nossa Senhora da Glória de Valença e a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito (atual distrito de Conservatória) com a Estrada Real para Minas Gerais e os caminhos auxiliares para as freguesias de Sacra Família do Tinguá (atual distrito do município de Engenheiro Paulo de Frontin), Azevedo e Pilar do Iguaçu, de onde seguiam para a vila de Iguaçu. Um atalho permitia seguir rumo a Itaguaí. A estrada de Polícia permitiu aos viajantes que vinham de Minas Gerais cruzar o rio Paraíba do Sul nas proximidades de Desengano (atual distrito de Juparanã, em Valença) pela então povoação de Vassouras até Sacra Família do Tinguá.

Na Quaresma de 1814, a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença contava com 119 fogos (casas), com 688 indivíduos adultos, sendo o total das pessoas superior a 700, sem contar os índios aldeados.[6] Em 1820, havia em Valença mais de 1.000 luso-brasileiros e cerca de 1.400 indígenas espalhados nas diversas aldeias da região.

A freguesia foi elevada a vila de Nossa Senhora da Glória de Valença a 17 de outubro de 1823 abrangendo território desmembrado dos termos da cidade do Rio de Janeiro e das antigas vilas de São João Marcos do Príncipe e Resende ocorrendo a sua instalação a 12 de novembro de 1826. A cultura do café espalha-se rapidamente pela região. A produção cafeeira da província do Rio de Janeiro atingiu 5.122 contos em 1828 e superou a produção de açúcar que foi de 3.446 contos. Como comparação, a província de São Paulo, que incluía então o Paraná, produziu apenas 250 contos de café em 1825 e somente em 1886 é que irá produzir mais café do que açúcar.
Entre 1856 e 1859, a província do Rio de Janeiro produziu 63.804.764 arrobas de café, enquanto as províncias de São Paulo e Minas Gerais juntas produziram apenas um quarto deste total. Com o grande crescimento econômico devido à cafeicultura, a vila foi elevada a cidade em 29 de setembro de 1857. Por volta de 1859, a cidade tinha cerca de 5.000 habitantes na sua sede e o todo o município tinha 40.000 habitantes entre homens livres e escravos. A necessidade de mão-de-obra para as plantações de café fez com o município tivesse uma das maiores populações negras da então província do Rio de Janeiro, senão do Brasil. Em 1888 ainda trabalhavam na lavoura de café cerca de 25.000 escravos.

A ferrovia “União Valenciana” chegou á cidade em 1871. O comércio atacadista prosperou na cidade incentivado pela facilidade de transporte e pelo desenvolvimento econômico devido à lavoura cafeeira.

A super-exploração e mau uso causaram o empobrecimento do solo e a a produção de café caiu em toda região. Entre 1879 a 1884, a província do Rio de Janeiro ainda produziu 55,91% do total de café exportado pelo Brasil; porém, em 1894 a produção despencou para apenas 20% do total. O município, assim como todo o vale do Paraíba do Sul, entrou então em decadência econômica.
Entretanto, Valença foi menos afetada do que as outras cidades da região devido à ferrovia que passava pela cidade, o que propiciou a criação de indústrias por alguns empresários locais. As indústrias têxteis começaram a surgir por volta de 1909 fundadas pelos empresários José Siqueira Silva da Fonseca, Benjamin Ferreira Guimarães e Vito Pentagna.

A economia local também foi estimulada em 1910 quando a Estrada de Ferro Central do Brasil encampou as operações da antiga estrada de ferro “União Valenciana”. A Estrada de Ferro Central do Brasil instalou oficinas e um Depósito na cidade. Houve investimentos locais com a construção da variante de Esteves, do trecho ferroviário entre Marquês de Valença e Taboas e de Rio Preto a Santa Rita de Jacutinga. Com isto, a população aumentou e o comércio local prosperou.

Ao mesmo tempo, as fazendas locais erradicaram os cafezais envelhecidos e passaram a dedicar-se á agro-pecuária. A produção leiteira prosperou na região.

Em 31 de dezembro de 1943, o topônimo Valença foi modificado para Marquês de Valença conforme Decreto-lei Estadual n.º 1056.

39 COMENTÁRIOS

  1. Tudo aqui, nesta terra é tão belo é tão lindo.
    tudo aqui, insperou essa minha canção
    os seus campos suas flores suas matas
    o silencio das noites sob a lua a de prata
    Valença sempre foste a princesa da serra
    eu vassalo estarei aos seus pes
    por que es minha terra
    quem ti ve não te esqueces jamais, és um árdor
    divino de amor e de paz.
    Eta saudades de minha terra.
    Moro em Petropolis mais nasci e fui criada em Valença.
    Beijão grandes irmãos

  2. Nasci e fui criada em Valença, por circunstancias da vida, moro no Rio ha 30 anos.Nunca mudei meu domicilio eleitoral,
    tenho casa em Valença,vou no minimo quinzenalmente recarregar a bateria e c certeza estarei la quando chegar o momento final.Amo minha terra de gente boa, hospitaleira e feliz.

    • Tenho uma amiga que reside na Espanha e está regressando para o Brasil, então ela está querendo morar numa cidade como Valença, e inclusive me perguntou se conhecia essa cidade. Na verdade não conheço. Gostaria de saber se Valença é uma cidade tranquila, em relação as chuvas se há deslizamento de terras na encostas e se de alguma forma já afetou a cidade, como é o ensino nas escolas particulares os hospitais?? enfim, embora não te conheça, gostaria muito que se não for incomodo vc me passasse essas informações. Te agradeço e vou ficar aguardando. já andei pesquisando na internet, ms já que vc conhece bem a cidade, acho que é mais fácil para ter mais segurança e passar as informações necessárias.

      • Valença é muito tranquila, cheia de construções e marcos antigos, históricos que remontam os séculos passados. A saúde pública não é a melhor,mas temos clínicas particulares muito boas. Na educação temos uma escola que se destaca, o Colégio Associação Balbina Fonseca, que foi considerado o 4º melhor do estado. As escolas particulares têm bons conceitos, como o Colégio São José de Aplicação, temos a FAA que oferece um ótimo curso de medicina, medicina veterinária e odontologia, que são as que mais se destacam. A cidade é repleta de um acervo histórico de obras arquitetônicas que encantam. Até a elevação de Rio das Flores a cidade, Valença tinha o maior conjunto de fazendas do ciclo do café. Vivemos numa cidade rica em cultura. Conservatória é considerada como a capital das serestas. Recebe um grande número de turistas por ano, até novelas de época, como Cabocla, Sinhá Moça e Paraíso foram gravadas nas imponentes fazendas que aqui lá se encontram. Conservatória é um dos distritos de Valença. A única coisa que falta para que a cidade fique melhor é mais investimento do governo, maior preocupação com nosso patrimônio e meio ambiente.
        Mas sua amiga da Espanha vai gostar da cidade.

  3. FICO MUITO FELIZ DE VER AS FOTOS DA CIDADE EM QUE NASCI,MORO EM Cariacica-E.SANTO,SAI DE VALENÇA QUANDO TINHA 14ANOS E NUNCA DEIXEI DE VISITAR MEUS FAMILIARES,POIS MINHA FAMILIA MORA NO BAIRRO JARDIM VALENÇA,RUA MARIA HELENA C.CAPOBIANCO,183,MINHA MAE MARIA APARECIDA VALIM TEIXEIRA NO QUAL TENHO MUITO ORGULHO DELA E DO MEU PAI,SR.CLAUDIONOR.HOJE TENHO UM POUCO DA RAIZ CAPIXABA,SOU FORMADO EM OPERADOR DE MAQUINA E PRODUÇAO,TAMBEM NA AREA DE RESGATE,BOMBEIRO CIVIL/SOCORRISTA,VOLUNTARIO NO MUNICIPIO DE SANTA MARIA DE JETIBA-E.S.NO QUAL SOU BOMBEIRO/RESGATISTA.ESTUDEI NO COLEGIO DR.OSVALDO TERRA E ESCOLA JOSE FONSECA.TENHO MUITA SAUDADES DAQUELE TEMPO,PARABENS POR ESTE PORTAL TAO MARAVILHOSO NO QUAL RECORDO DA MINHA CIDADE NATAL.FELICIDADES A TODOS.

  4. Morei e estudei em valença.
    Deixei aeh pessoas humanas e maravilhosas.
    Só tenho a agradecer como eu uma estranha fui acolhida.
    Raramente vou a Valença mas ela permanece no meu coração, depois do lugar onde nasci( minha Ilha do Governador.) é de Valença que tenho gratas recordações.

  5. Gostaria de informações gerais sobre a cidade pois meu marido talves seja transferido para trabalhar aí e eu não conheço apesar de ser do Rio.Tenho duas filhas em idade escolar, primeiros anos,quero saber se tem Hospitais,escolas,clínicas,lazer, se existe muito deslizamento de terras enfim informações básicas para que eu possa saber se é uma boa opção de lugar para morar pois na cidade do Rio com a violência que está fica impossível pensar em voltar .Desde já muito obrigada.

  6. Vou viver em Valença muito em breve. Achei a cidade muito bonita e os valencianos muito gentis, educados e acolhedores.
    Gostaria de deixar aqui uma informação sobre um erro histórico que tenho lido em vários sites sobre a História de Valença.
    De fato, basta uma pesquisa um pouco mais detalhada e aprofundada para se saber que a cidade de Valença não deve o seu nome à cidade espanhola de Valência.
    O vice-rei Dom Fernando José de Portugal, não era descendente de nobres da cidade espanhola de Valência e, sim, descendente de nobres da cidade portuguesa de Valença que fica na província do Minho ao norte de Portugal.
    Basta uma pesquisa mais minuciosa para que a verdade histórica passe a ser referida.
    Saudações.

  7. Olá,
    Estou pensando em ir morar numa chacara no Vale Verde, Canteiro ou São Francisco. Como não conheço a cidade gostaria de saber informações quanto a roubo, violencia e escolas particulares assim tb como a distancia do Centro para essas localidades, vc poderia me ajudar? Sou do Rio.
    Muito Obrigada

  8. Eu nunca estive em Valença, mais tenho muito vontade de conhecer, pelas boas infomações que tenho de diversas pessoas saudações a todos moradores deste lugar.

  9. Não sou de Valença, porém mora aqui há 3 anos. É uma cidade tranquila e pacata, além de simples. Contudo, existe um fator, que a meu ver, negativo que é na área da saúde. Não existe muita opção de médicos, nem tão pouco de hospitais.

  10. Estive em Valença em fevereiro/2013, estou apaixonada pela Cidade e com toda a certeza estarei no próximo ano visitando a cidade.

    Valença ficou no meu ♥

  11. Conheci Valença na infância pois a família do meu pai é de Rio Preto e viajava muito no trem ,Maria Fumaça e passava em Engenheiro Alberto Furtado ,meu Bisavô paterno em direção às fazendas do Bom Retiro e da Bolívia,e também numa fazenda que tinha o laticínio Cristal…lindas recordações e acabei fazendo Medicina na em 1969 e morei com a costureira e prima da minha tia Diva, Mariana Guimarães Duboc ,na rua da leiteria,Rua Visconde de Ipiabas defronte à casa da D.Aparecida Jannuzzi. Nessa época ainda ia pra Rio Preto visitar meu tio Dr.Guilherme Portugal e às vezes ,viajava no trem .Uma delícia !conheci meu marido aí nessa cidade .E foram 6 anos de muita alegria .Aprendemos a sermos médicos dedicados ,pois a tranquilidade nos fez conhecer de perto a população brasileira e inclusive aprender tratar picadas de cobras .Foi maravilhoso.

  12. VALENÇA E UMA CIDADE MUITO BONITA
    EU GOSTARIA DE OBTER NOTICIA DE UMA GRANDE AMIGO QUE VIVER E VALENÇA / SANTA INÁCIA ELE CHAMA-SE joao pedro ofenbook. ele e engenhero e de nacinalidade autriaca mas tem uma fazenda ai em santa inacia eu vivo fora do pais e ser alguei sober notiçias de le por favor diga eu so desejo que ele se encontre bem

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