Foto: Daniel Iunes – Felipe Martins – Rominho Alvernaz – Baldo Barreto – João Júnior.

Formada em 2007, o Classic Rock/Setentista da “The Black Bullets” passou por várias formações ao longo dos anos até chegar à atual com João Júnior (Vocal), Felipe Martins (Guitarra), Rominho Alvernaz (Guitarra), Daniel Iunes (Baixo) e Baldo Barreto (Bateria). Numa entrevista agradável numa tarde de domingo, os Bullets apresentaram suas idéias e contaram sobre como trilharam o caminho da música até aqui. Acumulando em seu currículo apresentações memoráveis em festivais, programas de TV e shows por toda a região, a banda acaba de lançar seu primeiro vídeo-clipe com a música “O Ouro e a Prata”, canção do primeiro CD da banda.

Entre as conquistas da banda estão apresentações no programa de TV RIO SUL REVISTA, da TV Rio Sul, prêmio de agrado popular no FESTIVAL CANTA RO SUL, melhor banda da região pelo prêmio OLHO VIVO – Melhores de 2012, entre várias outras.

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

01 – Geralmente os músicos de uma banda passam por outras bandas, já tocaram sozinhos, etc. No caso dos “Bullets”, como surgiu a banda? Qual foi a fagulha inicial para que pudessem dizer: Essa é a “The Black Bullets”?

TBB – A TBB surgiu a partir do momento que Diego Costa ex-batera da banda Apologia entrou para a banda. Na época ele estava parado e o convidamos para entrar. A galera da banda já tinha participado de outras bandas também, Rominho Alvernaz (Guitarra) era da Ajuris 4, Felipe Martins (Guitarra) da Rotatividade, a galera de Barra do Piraí (Daniel Iunes – Baixo e Baldo Barreto – Bateria) também já tiveram várias bandas. O fato é que muita gente confunde e pergunta: E a “Black Bullet”? Que na época era Alexandre Feitosa (Baixo), Leo Cadinelli (Guitarra), Rodrigo Monte (Bateria) e João Júnior (Vocal). O fato é que a “Black Bullet” era outra banda com estilo musical diferente inclusive, tocávamos coisas dos anos 80, por exemplo, e era anterior a “The Black Bullets” que desde o início era formada por Feitosa, Felipe, Rominho e João Júnior. Focamos mais nos anos 70 e apartir da entrada do Diego, pois a Black Bullet havia acabado e surgiu a The Black Bullets com uma outra galera, outras idéias, outra banda.

02 – Embora tenhamos músicos de extrema qualidade musical e trabalho expressivo em cidades do interior, vocês acham que ainda se faz necessário um músico ou banda se mudar para um grande centro para que tenha seu trabalho reconhecido?

TBB – Eu acho que com a internet a gente consegue encurtar as distâncias, ela facilita muito essa questão do reconhecimento pelo fato de que você não precisa sair de um lugar para alguém te ver. Você grava um vídeo, um clipe no youtube e o cara pode ter acesso e isso gera um tipo de reconhecimento. Mas também acredito que depois que esse reconhecimento esteja num nível elevado, realmente se precisa ir para um lugar onde se tenha mais mobilidade. É que quando passa a se profissionalizar mesmo e se for preciso ir para um grande centro devido a facilidade de acesso, aí pode ser necessário mesmo, mas a partir da profissionalização para ter reconhecimento não. Para um trabalho físico como um show por exemplo, sim, mas acredito que a princípio, o trabalho precisa estar lá, não a banda. A necessidade da ida de uma banda para um grande centro passa a ser uma conseqüência do reconhecimento do trabalho, aí é diferente.

03 – O que vocês acham que melhorou no cenário musical para quem está começando a tocar agora?

TBB – De um modo geral: Tudo! O acesso aos estudos é muito maior, hoje você compra um instrumento muito bom por um preço muito legal, você tem um apoio, uma iniciativa de começar algo exatamente por isso. A informação tem gerado essa facilidade, os preços também são bem acessíveis para quem quer começar. Há alguns anos se você falasse em ter uma Fender, quando comecei a tocar guitarra ninguém tinha, era uma coisa utópica e hoje em dia até com a questão da internet, você consegue pesquisar e achar bons preços, a quantidade de fábricas e marcas no mercado também contribuem para o barateamento do preço dos instrumentos. A questão da acessibilidade do aprendizado também, pois se você quer tocar de repente você procura na internet e tem aulas lá de cifras, tablatura e hoje temos ótimas escolas de música também para não ficarmos dependendo das revistinhas de cifras, pois antigamente você pegava uma revistinha e aquilo tudo errado (risos).

04 – Qual a visão da banda sobre a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas?

TBB – Acho importante para o desenvolvimento da criança, desenvolvimento cultural, capacidade de raciocínio, até mesmo uma forma de colocar uma coisa na cabeça da criança de não ficar na rua ou ficar 24 horas dentro de casa trancada na frente de um computador. Acho que facilita a educação da criança e a integração na sociedade. O fato de a criança ter oportunidade de mostrar que tem vocação para a música ajuda muito. Às vezes apenas num evento da escola ela vai receber vários elogios e aquilo vai estimular ela a aprender mais e querem mostrar mais e quando o cara tem que ser músico mesmo, com o máximo de possibilidades que tiver mais tem a crescer. Pode dar uma direção também para a criança, pois ela começa a tocar e nunca pensou, mas com uma oportunidade pode ver que era isso que queria fazer para o resto da vida, falta para muita gente esse tipo de contato com essa possibilidade.

05 – O que vocês consideram necessário para que se tenha êxito na vida musical?

TBB – Foco. Você tem que traçar um caminho, pensar aonde quer chegar e trabalhar em cima disso. Tem que ser organizado, ter disciplina e não desanimar com as dificuldades. Uma banda é igual a um casamento, tem briga, vão ter momentos difíceis. Não pode desanimar, é superar e seguir em frente. Não pode deixar levar pelo pensamento comum de que música é só um hobby, pois se você quer levar sua vida com isso você vai precisar ter uma disciplina, vai precisar ter seu estudo, suar sua camisa como qualquer outra profissão. A gente tem tipo um lema que se a gente quer ser profissional num futuro tem que começar a ser profissional já, agora. Somos uma banda amadora, mas temos que pensar e agir como profissionais.

06 – A “The Black Bullets” participou de vários festivais de música ao longo de sua carreira. Os festivais mudaram muito ao longo dos anos, mas ainda sobrevivem principalmente em cidades do interior. Como vocês vêem o circuito de festivais?

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TBB – Acho bom para uma visibilidade. A banda não entra no festival para ganhar e sim para divulgar o trabalho. A gente sabe que existem vários fatores que influenciam num festival, cabeça de jurado você não consegue entender e é sempre aquela estória, que a sua música é melhor que a do outro… Então se você tem a oportunidade de chegar lá e mostrar o seu trabalho já tá de bom tamanho, o resto é conseqüência. É o trabalho que é apresentado, o prazer de estar tocando também e bem ou mal é o lugar que reúne vários artistas e você acaba ampliando seu network, cria novas oportunidades de trabalho, então o prêmio é conseqüência, mas o que você cria a partir disso tudo, o network que você amplia é o que mais vale na questão dos festivais mesmo e apesar de ser uma competição acaba igualando todo mundo, pois está lá desde o iniciante ao cara que toca há anos competindo na mesma situação, todo mundo ali aguardando, a mesma tensão para se apresentar. É uma competição saudável, pois acaba igualando as pessoas. Você também vê o nível das músicas de outras pessoas e vê o que melhorar na sua, se ela tá legal mesmo. É você conhecer o meio, em todos os lados o festival é posi

07 – Vocês já tiveram a oportunidade de dividir o palco com inúmeros músicos. De todos os artistas com quem já trabalharam, quais foram os que lhes ensinaram as melhores lições?

TBB – Com certeza o Celso Blues Boy em Vassouras/RJ. A gente abriu o show dele lá e a gente ficou no camarim do lado dele e para ele ir ao banheiro, como já estava bem doente, tinha que ser carregado, pois não agüentava nem andar e a gente pensou: “Como ele vai tocar? Como vai fazer o show inteiro se ele não consegue nem ir ao banheiro?”. O cara foi lá e tocou muito, extremamente profissional, um showzaço. Em nenhum momento ele chegou e falou: “Não vou tocar! Não estou me sentindo bem! Dane-se essa cidadezinha do interior!” Não, ele chegou lá e foi extremamente profissional, saía do palco carregado, destruído pela saúde, mas não deixou de fazer a função dele que era estar lá tocando e dando entretenimento para as pessoas. Outra banda que é uma forte influência para a banda é a Delta Mood, pois a gente nem sonhava em cantar e quando fui num show deles eu vi os caras tocando e disse: “Esses caras não estavam na rua ontem? Agora estão no palco!”. Pra mim o palco era uma coisa que só um artista podia estar lá e eram uns caras iguais a gente e tivemos no início do ano o prazer de dividir o mesmo palco que eles. O Delta Mood foi uma grande influência para a gente e são grandes caras, tanto músicos como pessoas.

08 – Falando em ótimos músicos, a banda está na estrada com um novo baterista, o que isso acarreta de mudanças na sonoridade da banda?

TBB – Bom na verdade talvez tenha mudado mais no próprio batera (Baldo Barreto) do que na banda em si, pois ele é que teve que se adaptar ao som que a banda toca. Pois ele tocava Metal e pouco conhecia de Pink Floyd, Led Zeppelin. Foi e está sendo uma revolução para ter a cara que o The Black Bullets precisa ter e estamos nos conhecendo ainda, mas cada batera tem uma pegada e claro que muda um pouco, mas essa mudança sempre foi produtiva desde às vezes anteriores de trocas de baixistas e bateristas, o que bem ou mal contribuiu para a evolução da TBB. O fato do baixista e baterista serem da mesma cidade (Barra do Piraí/RJ) também fortaleceu a cozinha da banda e poucas pessoas levam a sério, mas a amizade é importante numa banda, quanto maior o nível de amizade da galera, melhor qualidade se tem de som.

09 – Numa retrospectiva dos momentos musicais que a banda viveu, lembrando de bandas, músicos, shows, lugares… O que não faria de novo?

TBB – Cara, por questões éticas não vamos citar nomes, claro, mas já vimos bandas se apresentando sem preparo nenhum, convidando outras pessoas, etc… Quando você se propõe apresentar alguma coisa, é o seu trabalho cara, não vamos julgar só como hobby, se você vai subir no palco, vai expor seu trabalho, faça direito. Já vi inúmeras bandas chegarem e fazerem o pior possível, um desrespeito a eles mesmos, pois não estão se importando com o que estão fazendo, tocando de qualquer maneira, desafinados, ninguém sabe a música que vai tocar, então qual o propósito disso? Pra mim isso é a maior atitude negativa que alguém pode ter porque acima de tudo o compromisso é com o público. Outro ponto é a questão do som. Quando o som não é seu, e considerando que o público que está assistindo 90% é leigo em questão de música e você pode estar tocando muito lá em cima e o som lá embaixo não estar bom, as pessoas vão considerar a banda horrorosa, pois as pessoas não têm a capacidade de distinguir o som ruim da banda ruim, então às vezes você deve tomar certo cuidado e deixar de tocar em alguns lugares que podem trazer mais problemas para sua imagem do que benefício. A gente zela pela nossa imagem.

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10 – Grande parte do público da TBB é formada por adolescentes e vocês sabem que desta forma a banda se torna uma referência para os que estão formando opiniões sobre o futuro. E para a TBB: Música dá futuro?

TBB – Dá! Você só tem que saber explorar da maneira correta. Não é um caminho fácil, a gente está aí há 05 anos e vem crescendo com o tempo, mas a gente sabe das dificuldades, a gente sabe de tudo que a gente passou, alguns podem pensar: “Os caras estão aparecendo na emissora “X” , mas a gente sabe como a gente ralou para chegar lá. Não foi nenhum Q.I. que nos colocou lá, nada caiu do céu. A gente rala. É a questão do foco, você tem uma meta cara, você quer chegar nela? Corre atrás! Hoje a gente percebe que não basta tocar, pois tem que ter toda uma visão como se fosse uma empresa e administrar essa empresa TBB, pois antigamente tínhamos a ingenuidade de achar que em qualquer lugar que a gente chegasse e tocasse bem o negócio começaria a dar certo, mas quando você entra no “show business” você começa a ver que não é bem assim, pois não é só o talento que conta, você tem que ter outros conhecimentos, saber um pouquinho de marketing, ter um bom material de divulgação, entender como a coisa funciona. Bem ou mal, se o seu futuro vai ser dentro da área da música ou não, a música vai te dar futuro, pois você estar inserido nesse meio de bandas é um crescimento absurdo, se você vai trabalhar com música ou com essa banda, legal! Mas se essa banda se dispersou e você vai seguir sua carreira como advogado, como psicólogo, como professor, etc, ainda assim o crescimento que você tem como homem dentro da banda, o crescimento pessoal de companheirismo, profissionalismo, ética, democracia, aprender a conviver em grupos, todo esse crescimento te dá futuro.

11 – Estamos vivendo um período de mudanças no país, e uma das letras do CD de vocês parece ter sido escrita para esse momento. Enfim, a cabeça é asilo inviolável?

TBB – Depende. Para as coisas ruins, para a manipulação, você tem que manter sua cabeça, ter personalidade para saber o que é bom ou ruim para entrar na sua cabeça, seus conhecimentos. Agora, quando querem te explorar, te manipular, aí sim é inviolável. Você tem que bloquear isso.

12 – Na letra da música “O Ouro e a Prata” vocês questionam: “Me diz… o que você vai deixar?” O que a TBB pretende com seu trabalho, deixar para o cenário musical?

TBB – Acho que não me preocupo tanto com o que vou deixar e sim em fazer um bom trabalho aqui e agora, pois o que você vai deixar acaba sendo conseqüência do que você faz agora. Como no caso do Delta Mood, o que ele fez com a gente, ver a molecada que gosta da banda se interessar em começar a tocar, incentivar o aparecimento de outras bandas, em Valença já tem bastante bandas, mas quanto mais música melhor e se a gente puder contribuir para esse crescimento como um legado, seria ideal. Como uma música do Pink Floyd nos influenciou positivamente, que nossa música passe uma informação positiva para alguém e essa pessoa se sinta influenciada por ela, como já fomos influenciados por várias bandas até hoje. A grande idéia do nosso trabalho é atingir as pessoas positivamente com sua música.

13 – O que você pode dizer para a galera da música? Uns ainda aprendendo a tocar, outros já com bandas formadas e correndo estrada, mas todos buscando um lugar ao sol.

TBB – Foco, dedicação, disciplina, humildade, companheirismo e tocar, tem que tocar. Companheirismo não só com a galera da banda, mas com o cenário, é muito importante esse companheirismo que se tem como no nosso caso o pessoal do Delta, com músicos da região, isso é fundamental pro cenário funcionar. O que não quer dizer levar ninguém nas costas, pois nunca tivemos um padrinho, tudo o que aconteceu foi conseqüência do nosso trabalho. Sobre equipamentos acho que à medida que seu nome vai crescendo e você vai tocando em outros lugares, à medida que a banda vai crescendo você tem que investir mais, em comprar, evoluindo seu equipamento junto com a evolução da banda, isso é uma coisa obrigatória.

14 – Por fim, onde o público pode encontrar a TBB? Quais os projetos que estão em andamento?

TBB – Pode nos encontrar nas redes sociais. Facebook, Twitter, Last FM. No youtube tem um canal com os links para as páginas e você pode fazer o download das músicas do CD e a nossa produtora também está montando um site e em pouco tempo teremos uma divulgação de internet até mais trabalhada do que hoje em dia e como projeto futuro nós queremos melhorar o trabalho da imagem, em questão de divulgação estamos trabalhando no site, fizemos um clipe e já temos projeto pra gravar mais um, essa coisa do marketing pra conseguir mais espaço e crescer cada vez mais. Hoje somos uma banda registrada, nossas músicas todas têm registro, temos essa preocupação, pois nossa cabeça é crescer mesmo. O projeto é tocar mais do que a gente toca e estamos pensando já em novas músicas autorais, tem muita coisa no forno, mas ainda não é hora de pensar num outro CD, ainda tem muito pra trabalhar no nosso CD.

CLIPE OFICIAL:

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